A apropriação como crítica ao essencialismo, em Max Stirner - Rodrigo Ornelas

A apropriação como crítica ao essencialismo, em Max Stirner
Rodrigo Ornelas


Resumo: Em sua mais importante e conhecida obra, O Único e sua Propriedade, um dos principais representantes do hegelianismo de esquerda, Max Stirner apresenta a mais radical crítica à modernidade entre seus contemporâneos, chegando a caracterizar, para alguns comentadores, a derrocada do próprio movimento jovem hegeliano. O princípio básico dessa crítica era a denúncia da alienação do indivíduo particular a uma ideia, ou entidade qualquer, que se pretenda superior a ele, e que se põe entre ele e o mundo, como mediação, ou seja, precisamente, uma essência. Na modernidade – segundo ele, inaugurada pelo cristianismo, uma vez que com o cristianismo consolidamos a noção de que por trás do mundo material nos encontramos como Espírito – nossa essência assumiu diversas formas, desde Deus até chegar ao seu avatar moderno, o Homem (ou a humanidade). Stirner, então, acrescenta que, do mesmo modo que antes, nos descobrimos por detrás das coisas como espírito, também mais tarde nos encontraremos por detrás das ideias como indivíduo (particular e único). Mas não apenas isso: encontramo-nos precisamente como seu criador e, portanto, proprietário (Eigner). O proprietário é a característica do único (Einziger) que consideraremos como a contrapartida de Stirner ao essencialismo, pois é a inversão dos fatores de sua definição: aquele que era propriedade da Ideia revolta-se e toma-a como sua propriedade. Desse modo, desenvolvo nesse texto a relação crítica entre a atitude de apropriação do mundo pelo indivíduo e a alienação desse indivíduo na filosofia, dentro da crítica stirneriana.

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