Amor fati: fatalismo e liberdade em Nietzsche
Prof. Dr. André Itaparica (UFRB)
Há no pensamento de Nietzsche uma tensão entre fatalismo e liberdade, que foi sintetizada com precisão por George Stack: “De todos os paradoxos da filosofia de Nietzsche, a noção mais paradoxal consiste na insistência em um fatalismo universal e na assunção simultânea do ‘poder’ subjetivo ou uma capacidade de mudar a própria vida, de responder a imperativos, de exercer uma liberdade supostamente negada” (Nietzsche and Emerson. Athens: Ohio UP, 1992, p. 180). De fato, convivem em Nietzsche a afirmação do destino e o imperativo de “tornar-se o que se é”, fórmula que já encerra, em si mesma, o caráter paradoxal dessa proposta. Diante disso, podemos perguntar em que medida o pensamento trágico de Nietzsche se diferencia de um fatalismo niilista e complacente (o “fatalismo turco”). Procuraremos abordar essa questão dialogando com a interpretação de Stack sobre a influência de Emerson nessa questão, relacionando o tema do amor fati com os textos de juventude “Fatum und Geschichte” e “Willensfreiheit und Fatum".
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