Membros do Poética Pragmática publicam textos sobre Mangabeira Unger e Max Stirner no periódico Ideação


O Professor Dr. José Crisóstomo de Souza (UFBA), coordenador do Grupo Poética Pragmática, e o Professor Rodrigo Ornelas (UFRB) acabam de publicar dois interessantes textos no último número da revista Ideação - periódico da Universidade Estadual de Feira de Santana. 

O prof. Crisóstomo resenha o pensamento de Roberto Mangabeira Unger, tomando por fio condutor o livro The Self Awakened: Pragmatism Unbound. Confiram um trecho: 

"Em comparação com outras formulações contemporâneas do pragmatismo, a de Roberto Unger — original, nada ortodoxa — de fato recupera e radicaliza seu sentido prático— criador, futurista, e sua vocação democrática-experimentalista (assumidos entre nós, na educação, pelo pragmatista Anísio Teixeira).

Ao mesmo tempo, para isso, a elaboração de Unger, a meu ver, acentua tremendamente a filiação hegeliana que o pragmatismo em boa medida já traz, mais claramente
em John Dewey e George Mead. Com uma filosofia que incorpora ingredientes encontráveis em hegelianos de esquerda como Karl Marx, Max Stirner e particulamente Bruno Bauer, e que comporta ainda ressonâncias nietzschianas, é curioso ver Unger retomar no século XXI a noção hegeliana
de autoconsciência bem como a dialética dissolvedora/reapropriadora que opõe a livre iniciativa prático-transformativa dos homens às estruturas “naturalizadas” e “congeladas” — da sociedade, da política e do pensamento, até aqui.  De qualquer modo, para seus propósitos teóricos e práticos, Unger foi mesmo bater na porta filosófica certa, conseguindo, por aquela via jovem hegeliana, renovar, à sua maneira, as
opções e concepções da esquerda, há tempos paralisada entre democracia liberal tradicional e marxismo como “linguagem única” da crítica e da mudança"


O trabalho de Rodrigo consiste num interessante artigo que expressa parte da polêmica entre Max Stirner e Bruno Bauer no contexto da críticas stineriana ao liberalismo. Rodrigo escreve:

"Stirner compartilha da posição “liberal” baueriana – ainda que, entretanto, uma mudança possa ser notada nos próprios textos. Mas uma ruptura efetiva só é levada a cabo n’O Único. Aqui, a “liberdade” baueriana, apesar de radical, ainda é, para Stirner, condicionada, posta  para mim, enquanto deve ser posta  por mim para mim: eu sou a medida de todas as coisas, inclusive da minha liberdade; quando me assumo (eu, único, egoísta) já sou livre. O que sobrou da liberdade baueriana em Stirner — a liberdade stirneriana, se assim posso chamá-la — é melhor entendida como autonomia, e não num sentido racionalista, mas como autenticidade, “auto-criação”, como um reconciliar-se consigo mesmo, um vir para si."


 Ambos os textos podem ser lidos na íntegra através do link:



Boa leitura!

Obs.: Em edição anterior do mesmo periódico também tivemos textos de dois outros membros do Poética Pragmática: A crítica da reificação do pensamento em Max Stirner: da Razão ao Ser-Próprio, do professor Hilton Leal (IFBA), e Anti-representacionismo e Realismo, do professor Tiago Medeiros (FJC). Link para a versão eletrônica dessa edição: http://www.uefs.br/nef/21.pdf
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